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Cirurgia Ortognática, Notícias Por , em 11 de fevereiro de 2015

A diferença entre a intervenção da fisioterapia e da fonaudiologia no pós-operatório da cirurgia ortognática

É conhecido que, ainda existem muitas dúvidas a respeito da diferença entre a intervenção da Fisioterapia e da Fonoaudiologia em pacientes submetidos à cirurgia buco-maxilo-facial, mais especificamente à cirurgia ortognática, pois muitos pensam que ambas realizam o mesmo trabalho.

Iniciaremos com a Fonaudiologia, na qual exerce importante papel no diagnóstico e tratamento de distúrbios e alterações de postura de línguas e lábios, que são fatores constante nos pacientes portadores de deformidades dentofaciais.

O trabalho fonoaudiológico proporcionará adequação da musculatura perioral, postura global, propriocepção, sensibilidade, mastigação, deglutição, respiração e da articulação da fala. Em todos os pacientes submetidos à cirurgia na região maxilomandibular ocorre uma mudança em graus variados na posição dos tecidos moles. Em muitos casos, após a correção cirúrgica e o correto posicionamento dentário, os tecidos moles se reestruturam de forma adequada com boa resposta funcional. Entretanto, observa-se que alguns padrões adaptativos utilizados anteriormente podem permanecer forçando as estruturas operadas e prejudicando os tratamentos cirúrgicos ortodônticos.

A sua atuação se dá basicamente no desenvolvimento do equilíbrio muscular, aprendizado e uso dessas funções adequadas à nova forma existente.

A avaliação fonoaudiológica, como primeiro passo, traz a possibilidade de detectar alterações miofuncionais orais que possam comprometer o resultado obtido pela Ortodontia e Cirurgia Ortognática. Em um segundo momento, o tratamento fonoaudiológico, tem como objetivos: reintroduzir gradativamente a alimentação sólida, adequar as funções estomatognáticas, adequar o tônus muscular e mobilidade, automatizar posturas de lábios e língua, bem como trabalhar as seqüelas sensitivas.

A Fisioterapia deve ser realizada em diferentes tipos de intervenções cirúrgicas, tais como: artroplastia, discectomia, artroscopia e na própria cirurgia ortognática, a fim de diminuir o tempo de restabelecimento do paciente no pós-operatório.

A conduta fisioterapêutica, na fase de pós-operatório, iniciará sua abordagem nas condições clínicas de dor, edema, parestesia temporária ou permanente, espamos musculares, aderências miofasciais, mialgias e encurtamentos da musculatura crânio-cérvico-facial.

Portanto, o trabalho da Fisioterapia terá como objetivos, dependendo do caso de cada paciente, a redução do edema facial, resolução parcial ou completa da parestesia, o ganho de amplitude de movimento para a abertura bucal, lateralizações e protusão da mandíbula; melhoria das retrações e algias musculares.

Para controle e redução do edema utiliza-se a técnica de drenagem linfática manual (DLM), visando aumentar a capacidade de condução da linfa pelos vasos linfáticos, favorecendo a distribuição de líquidos intracelulares e proporcionando a regeneração e a defesa dos tecidos, aumentando ainda, a diurese e a eliminação de toxinas. Com isso, há um aumento do fluxo sanguíneo o qual ocasiona a vascularização e oxigenização da área tratada, desobstruindo-se os linfonodos, trazendo aos pacientes um alívio imediato da dor e proporcionando uma rápida recuperação.

Outra técnica utilizada pela fisioterapia para prevenção e/ou resolução de aderências da fáscia e possíveis fibroses, assim como, melhoria nas possíveis mialgias, é a liberação miofascial, a qual promove tanto o alongamento; como a mobilização dos tecidos moles, ambas, por um período mais prolongado.

No pós-operatório imediato, a Fisioterapia utilizará, além das duas técnicas acima descritas, a Terapia Manual, a liberação do osso hióide, o trabalho respiratório e a Laserterapia.

As técnicas de Terapia Manual utilizadas para inibição de pontos dolorosos e alongamento da musculatura orofacial, cervical e da cintura escapular, podem exercer papel muito importante no tratamento desses pacientes, desde o P.O imediato até uma fase mais tardia. Isto porque, devido à imobilidade, à nova posição do complexo maxilo-mandibular e, muitas vezes, à tensões provocadas pelas expectativas geradas pela cirurgia, o paciente pode apresentar mialgias (dores musculares) e encurtamentos dessas musculatura, tais como: no trapézio fibras superiores, esternocleidomastóideo, subocciptais, masseteres, elevador da escápula, dentre outros. Diante disso, o prologamento desse quadro álgico poderá vir a comprometer a recuperação do paciente.

Na fase subaguda, após a liberação do bloqueio, poderão ser inseridos, no protocolo de tratamento, exercícios isométricos, exercícios ativo-livres, treinos funcionais com Hiperbolóides e mobilizações da ATM.

Em uma fase mais tardia do tratamento poderá ser indicada a Reeducação Postural, caso o fisioterapeuta perceba em sua avaliação que houve alteração da postura do paciente, ou se esta já se apresentava alterada antes da cirurgia, posto que, devido ao novo posicionamento maxilo-mandibular, podem surgir desequilíbrios posturais da mandíbula em relação ao restante do sistema esquelético.

Portanto, essas alterações da postura podem aparecer como fatores contribuintes para o surgimento e perpetuação de problemas no quadrante superior do corpo. Além do que, o comprimento de repouso de vários músculos que se inserem na mandíbula podem ser dramaticamente afetados pela posição desta e da cabeça.

Fisioterapeuta – Ely Carvalho CREFITO 117.151

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